sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Quando velhos amigos se encontram

Quinta Feira, noite de fim de ano. Passado o Natal, o shopping estava meio deserto.
A pizzaria , que não conhecia, era o ex Café Estação, simpática 
e a meia luz. Onde estariam eles? Bem à entrada, logo supus.

Vi um grupo, e não deu outra. Logo acenos, abraços... e histórias.
Quase todos vendo-se pela primeira vez, como se suas palavras ganhassem dimensão física, mas fossem de fato velhos conhecidos.

Lopomo, Chammas, Navarro e eu, até então personagens de ficção, mas totalmente reais. No calor de suas experiências humanas,
na espontaneidade de suas narrativas de vidas ricas e emotivas.

José Carlos Navarro e Miguel Chammas conheciam-se há quarenta anos, mas a impressão é que todos nós fôssemos assim. A Doris, cuja ausência foi sentida, disse que isso parecia cena de filme, e é verdade. Vou dizer até qual, para mim:

“C´eravamo tanti amati”(Nós que nos amavamos tanto), de Ettore Scola, com Vittorio Gasmann, Stefania Sandrelli e Nino Manfredi. Neste magnífico filme, o meu favorito, velhos amigos se encontram no final, após décadas de ausência, cada qual com seus caminhos, e descaminhos. E fazem um balanço de suas vidas, o destino de seus ideais e paixões. Foi algo mais ou menos assim.

Navarro teve de sair mais cedo, mas lá ficamos, animados e solitários personagens de um shopping deserto. E parlando e parlando... na escada rolante, nos labirintos do estacionamento. 
Um papo que parecia querer adentrar o ano que se aproximava.
Velhos conhecidos, de agora pouco, mas com espírito jovem e muito ainda a expressar pela vida. Um papo que tem de ser reatado.

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