sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Nos jardins de um templo chinês

Essa peça musical sempre trouxe á minha imaginação sendas cheias 
de bambus, margeando córregos, pontes em arco, sob a iluminação 
de lanternas de papel.
Bem diferente era o panorama que contemplávamos, chegados ao Templo Zu Lai. De princípio, a vastidão. Montado sobre uma colina, o imenso 
e branco templo impressiona, com suas escadarias margeadas de estátuas de deuses chineses.
Na praça de entrada, a sorridente estátua de Ho-Tei, o gordo Deus da Felicidade nos recebe, de seu trono de lótus.
As escadas, cercadas de brancas pilastras, nos levam, por sob um portal, a uma gigantesca praça. Seria a Praça da Paz Celestial? É tanto sossego e limpeza - não há um graveto, ou uma folha no piso. Nas laterais, os maravilhosos lótus - os maiores que já vi - despontam em esplêndidas flores, o que nos leva a entender sua sagrada condição para os budistas. Budista ou não, é impossível deixar de contagiar-se pela solenidade do lugar.
O volume de voz, e mesmo de ruído ambiente diminui, e como peregrinos subimos nova escadaria, ladeada por dragões, que desemboca no templo. À sua entrada, um incensário exótico é posto a disposição dos visitantes. Lá dentro, sutras e cânticos ao venerável Buda, representado por grande estátua branca.
O príncipe Sidharta, do clã dos Sakkya Muni, que um dia abandonou seu palácio de riquezas e foi procurar como amenizar as dores deste mundo.
E que um dia, depois de muito meditar e jejuar, descansou aos pés de uma figueira, e ali teve o Boddhi, ou iluminação. Donde o nome Buda.
Buda sentiu que tudo, os homens, os animais e plantas, as galáxias 
e o átomo, estava ligado pela energia universal, e formava o Todo, 
a Unidade. Desfazendo-se do seu Ego, a bolha defensiva de nossa individualidade, poderia abrir-se para o Universo todo.
Enfim, estávamos próximos, literalmente, do Paraíso, naquela bela manhã de domingo. Depois de nossos ótimos lanches vegetarianos na cafeteria, saímos de alma lavada, mais tranqüilos e pacíficos, como conviria a uma quase véspera de Natal.
E tudo isto a pouca distância da capital. Basta seguir a Raposo Tavares até o quilômetro 28 e meio, entra-se numa estradinha e abrem-se as portas do céu. É ali mesmo, todos podem entrar.

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