São Paulo é Mega, em qualquer sentido. Quanto mais conhecemos da cidade, mais percebemos que não sabemos nada, como estivéssemos navegando pelo universo infinito.
Mega, com M maiúsculo. Ontem não foi exceção. Era lançado o nosso tão sonhado livro.
E tudo já começou com uma bela visão, ao fundo da Rio Branco: as torres da Estação Julio Prestes, ricamente iluminadas.
Era o aperitivo para o espetáculo. O desembarque ansioso na estação, como se viéssemos de outro país, imigrantes buscando feições conhecidas, no meio da multidão.
Feições que, enfim, começam a surgir. José Carlos Navarro, Mário Lopomo, Neuza Guerreiro de Carvalho, Vera de Angelis, Ivette Moreira...
Muito mais gente no saguão do que jamais sonharia, mas os colegas de site começam a se reconhecer, finalmente materializados fora de seus computadores. Na busca por mais champanhe, lá estava, junto a uma das enormes portas de vidro, meu gastrologista, Dr. João Gilberto, e esposa. A cidade, afinal, não é tão imensa assim...
Conversamos, mas não muito, pois surge Miguel Chammas, a conclamar: - ô Luiz, a turma está te esperando mais adiante... Vamos lá ! E aí, o Modesto, Nelinho, Pedro Nastri, Margarida Paramezza, Doris Day...
Não foi fácil arranjar lugar na platéia lotada - conseguimos um balcão no terceiro andar,
e dali via-se bem de frente o magnífico espetáculo... Tendo logo acima um cantinho de céu, e não o Redentor, mas a torre da estação, com direito a uma brisa fresca, depois de tanto sufoco.
- Estamos no Céu, disse minha esposa. O melhor lugar do auditório!
Quanto ao show, não tenho palavras. Tanta grandeza e simpatia juntas não caberiam numa só crônica, como não cabe São Paulo.
Mas as coisas aqui nunca terminam. Depois do espetáculo, um outro. Ao menos para mim, desacostumado da noite central paulistana.
Como se estivéssemos em Paris, toda a região mantém seus belos postes antigos, iluminando docemente com sua luz amarela a cidade tranqüila, mas não adormecida.
E só agora, depois de tantos anos, vejo claramente isto. E só vejo graças á simpática penumbra, e às ruas desertas.
Bem diferente da costumeira luz fria de sódio, ou mercúrio. E os velhos lampiões nos escoltaram até a Liberdade, onde começam a ser trocados por lanternas também amareladas, mas nitidamente orientais.
São Paulo, Hora Zero. Vam´bora, vam´bora, tá na hora, vam´bora, vam´bora!
Há 8 anos
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