Falei na última vez de como conheci o bairro da Liberdade.
Em várias épocas, e situações, sempre foi um lugar extraordinário para mim.
De quando em vez ia ver suas interessantes lojas, como a Minikimono, que exibe até hoje a impressionante réplica duma armadura samurai completa. Ou comprar as belas e simples lanternas de papel sanfonado branco, para nossa sala. Ou grotescas máscaras de papel machê.
Um outro mundo, mesmo.
Houve um tempo em que, estudando o budismo, resolvi praticar uma das várias artes marciais do Japão. Foi por volta de 84.
Um anúncio, numa loja, levou-me até um idoso e emburrado relojoeiro da R. dos Estudantes.
Que ninguém diria ser um competente mestre de Kendô, a arte de manejar a espada.
A sua esposa estranhou - mas, é para seu filho? Não, apesar da idade era para mim, mesmo. Logo depois, imaginem-me saltando e atacando com uma espada de bambu, aos berros, numa sobreloja da Galvão Bueno, esquina com Américo de Campos.....pois é.
Tive aulas por alguns meses, mas era um esporte demasiado nipônico, para mim.
Mesmo as ríspidas ordens eram berradas em japonês, com rigidez militar. E acabei desistindo.
Depois disso, treinei karatê, por pouco tempo, pois meu menisco dançou, num movimento mais brusco, que passou desapercebido até começar a doer, em casa.
Não me dei por satisfeito, e finalmente acabei me encontrando na prática do Aikidô, considerada a mais difícil das artes marciais japonesas. Não foi na Liberdade, mas no CAOC, centro esportivo do Hospital das Clínicas, sob o comando do Sensei (mestre) Severino, faixa preta e ás no ofício. Esquivas, torções, cambalhotas... era muito legal!
Foi uma bela temporada, e ali treinei por cinco anos, até a mudança de minha firma, de Higienópolis para a Vila Olímpia, impossibilitar a continuidade. Agora, perto de casa, estou voltando a treinar.
Continuamos indo à Liberdade, seja para comprar seus produtos típicos na feira dos domingos, seja para ver belas festas, como o aniversário de Buda e a Tanabata Matsuri, a Festa das Estrelas, em julho. Neste fevereiro temos a celebração do Ano Novo Chinês, dias 10 e 11.
Lá estaremos, para ver os coloridos dragões dançantes e os leões acrobatas.
Como aconteceu ano passado, festa da qual pintei uns quadros.
Como dizem os chineses, é melhor uma imagem do que mil palavras, e colocarei as ilustrações no site, logo que der.
E viva a Liberdade, ainda que tarde!
Há 8 anos
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