Na passagem do Ano Novo de 1959, o modesto Bosque via, atônito, a chegada triunfal do vencedor da São Sivestre a uma de suas principais vias, a R. Visconde de Inhaúma.
Como o consagrado corredor argentino, hoje uma lenda em sua terra, depois de vencer a prova, tivera ainda fôlego para chegar ás ruas sem calçamento da velha Saúde?
Quem morava lá era minha esposa, inda uma menina. Mas não esqueceu a cena, o atleta de camiseta branca e calção azul, todo suado, transportado em triunfo pelas ruas do bairro pobre, como os santos das procissões que ali aconteciam tradicionalmente. Tão distante da sofisticação da Calle Florida, ou da Avenida de Mayo, com seu histórico Café Tortoni.
Mas o fato é que ali estava e participou da ceia do Ano Novo.
Tinha um amigo na rua, “Pepe”, “O Espanhol” e em sua humildade, concordara em visitar o bairro do conhecido. Foi uma glória, e se Maria Asunción já morava por lá, deve lembrar-se do fato.
E mais, o pai de minha mulher, como conterrâneo de Oswaldo, pois era argentino de Rosário, foi levado a participar da comemoração. Como se estivessem todos no “barrio” operário de La Boca, ainda hoje famoso por sua pitoresca simplicidade.
Deve ter sido muito comovente. Eu cheguei ao bairro anos mais tarde, e conheci ali muito mais tristezas que alegrias. Mas foi ali que conheci Márcia, e então tive meus instantes de glória. No velho Bosque, como Oswaldo Suarez.
Há 8 anos
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