Tanta foi a repercussão de meu “O feitiço..." que resolvi continuar evocando a magia daquele tempo, compartilhada com vários autores deste site.
Tudo se iniciou em 75, com minha quase miraculosa entrada para a MPM, ainda hoje lembrada com espanto, para um incrédulo, como eu. Mas, contei já sobre este caso em “Milagres do Dia a Dia“. E o milagre não foi, nunca, desmerecido.
A Vila Buarque foi, durante bom tempo, o centro de minha vida amorosa e profissional. A agência, lendária por sua Criação, e o carisma da boa equipe, era super bem recebida em todos os lugares que freqüentávamos, tendo praticamente cadeiras cativas no Giardino di Napoli, Kakuk e Piazza Colonna.
Os donos e garçons todos nos conheciam, e já sabiam até o que seria pedido.
Quanto certa vez, num anúncio comemorativo de um prêmio, a equipe posou toda para uma foto, esta foi tirada no Giardino, e por muito tempo permaneceu na parede dos fundos deste. Os clientes estranhavam:- mas o que faz essa turma aí?
Aí o Sylvio, sempre com sua verve de “Velha Serpente”, colocou uma legenda embaixo – “Côro Internacional: os famosos cantores de Scorcciacavallo”!
Mas nem só de Piazza Colonna, Giardino e Roma vive o homem, então íamos também a lugares mais simples.
As “Cadeirinhas na Calçada”, como já contei, onde a truculenta dona tratava aos berros seu amável e constrangido marido; a tradicional Confeitaria Little, que servia ótimos pratos do dia, que seriam degustados no balcão, ou, se necessário, na própria cozinha da padaria, entre fornos, chaminés e empregados se esgueirando ao redor.
A Little existe até hoje, e muito bem.
Uma vez fomos à lanchonete “Mulheres de Areia”, na Cesário Mota Jr.
Um desses estabelecimentos com nome de novelas, e que acabam desaparecendo com o fim das mesmas. A R. General Jardim, uma ladeira na sua parte após a Pça. Rotary, teve outras duas poderosas agências de propaganda, além da MPM.
Uma era a SGB, bem lá encima. E a outra, a velha Norton, sobre a esquina da Little.
Desta restou, creio, uma pequena parte, com o nome de Northwest.
Houve uma outra, se é que é possível classificá-la como agência; o apartamento de meu então amigo Classir, num prediozinho quase chegando á Amaral Gurgel.
Se não foi importante como agência, marcou minha vida por motivos bem mais emocionais: lá levava minha namorada para nossos momentos de paixão. Até que o Classir resolveu mesmo transformar o cubículo em escritório, e aí tivemos de procurar novas plagas.
Agora está me baixando a saudade desses lugares, da Livraria Martins, dos lanches simples no Sesc, da ótima Casa do Artista, com materiais para desenho. Tanta riqueza, que passou quase desapercebida , esparsa pelos anos.
E que agora pede para ser resgatada. Seus caminhos requerem um re-exame, em busca dos rastros perdidos do passado.
Há 8 anos
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